quarta-feira, 6 de julho de 2022

parabéns!!!!!!!!!!!!!!!

 oi


como sempre, sinto muito sua falta e hoje experimentei muitas sensações diferentes desde a tristeza, conformismo, esperança, e só tédio.

os aniversários faziam mais sentido quando você era viva por que você fazia questão então era importante.

depois que você partiu deixou de ter essa experiência de comemoração, então sempre que chega esse dia pra mim é mais como a lembrança de que você não está mais aqui.

eu sempre me entristeço porque mesmo quando vem algum parabéns, tenho a impressão de que não é de verdade e é só uma cerimonia obrigatória, de que nada disso é realmente uma energia fluída.

pelo menos o menino tentou fazer seu melhor e eu fiquei muito, muito grata porque ele deu algum sentido que você mesma sempre deu.

nos meus altos e baixos, parei pra pensar se realmente é necessário que as coisas sejam desse jeito e eu me prometi que vai ser a ultima vez que vou ter que sentir tanta angústia em um dia que serve de licença pra ser feliz por ser você mesma.

e aí, quando fui fazer uma fumaça senti alegria genuína porque pensei um pouco nas coisas já que há certo propósito em pensar na vida no dia do seu nascimento, e aí fiquei feliz com a ideia de talvez me casar, e ter meus muitos filhos e de que maneira eles podem vir preencher um espaço que tá vazio aqui dentro, e mesmo com todos desafios, me sinto cada vez mais pronta pra encarar o que quer se seja desde que eles morem aqui dentro desse peito, e de todas as coisas que quero entregar pra eles, e de como cada um que já morou aqui pode viver pra sempre naquele que vem depois e isso me fez feliz, porque um pouco de você vai estar lá também.

não reclamo de nenhum deles mais, não de verdade, sei que hoje se há algum tipo de obstáculo, eles são todos meus e a impaciência as vezes me corroi mas sei que não é pra sempre, e que esse estágio se encerra quando eu decidir que já deu o que tinha que dar e isso me conforta quando me sinto sufocada, porque já não é lá fora, é aqui, e aqui eu consigo resolver.

as vezes é lógico que me da um pouco de desespero sim, mas é a impaciência que já falei, e tudo bem mesmo.

depois de tudo, o tempo passa, os problemas ficam pra trás, novos nascem e ok, ok.

estou envelhecendo, vó.

mas tudo bem, sinto sua falta todos os dias, as vezes é mais pesado, mas com o tempo tenho assimilado que você vive aqui dentro.

te amo sempre, te amo hoje, amanhã e sempre.

você é umas das partes que fez valer a pena.

sinto sua falta, todos os dias, sempre.

sempre e sempre.

te amo muito.


nos vemos mais cedo ou mais tarde.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

nesses passos, você também faz falta

 oi vó

tudo bem?

sinto sua falta, e hoje não é porque eu estou triste, mas porque as coisas estão seguindo e sinto falta de você pra compartilhar o plano das ideias. eu te amo muito muito, você faz falta todos os dias.

minha grande causa de amor nessa vida.

tantas ideias, tanto acontecimentos e você faz falta nem que seja pra acenar a cabeça e dizer que entendeu.

estou ficando velha, vovó. e queria muito que você estivesse aqui pra assistir isso acontecer e ver que algo enfim está saindo.

olha vovó, espero que pense que pode se orgulhar da sua neta, porque ela está tentando, e quando ela tenta, as coisas se movem.

espero também vovó que sua vida em terra tenha sido compreendida com toda nossa cumplicidade e que meu amor tenha chegado a senhora como o seu chegou a mim. posso lhe garantir que nos meus momentos mais felizes, sempre lembro de você me dizendo que fui o grande amor da sua vida. você foi o meu grande motivo.

isso vale do começo ao fim.

te amo, tanto que posso explodir.

obrigada por tudo, tudo, tudo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

pra sempre e sempre

 já fazem alguns meses desde a ultima vez que estive aqui, e tenho a sensação de que pouca coisa mudou.

ainda sou uma bagunça, ainda estou uma bagunça.

dinheiro ainda é um problema e sinto que nunca vai deixar de ser, acho que sou materialista mesmo e essa é mais uma das questões que vou esquecer de comentar com minha terapeuta que parece não estar ajudando em nada, sinceramente.

sem insights ate agora, é tudo a mesma coisa. 

ao menos o universo conspira e em meio a crise surgiram soluções e auxilios que manejaram o pior, salvaram da fome plena.

mas acho que estou mesmo amadurecendo e reconhendo que as vezes eu posso não ser só coisas boas. não tenho que ser generosa e dificilmente vou ser isso o tempo todo.

as vezes eu tambem só estou cansada mas eu poderia manejar esse cansaço e ir dormir um pouco mais pra ser mais efetiva quando for o caso de ser.

e aos poucos, a passos muito lentos eu estou fazendo as coisas como posso.

só não quero, não posso e nem pretendo parar tão cedo.

mas acho que o que me agonia é essa ansiedade que me come por dentro, mastiga e revira tudo.

não importa o quanto as coisas melhores, existem uma infinidade de coisas pra resolver e parece que eu realmente não sei por onde começar.

não sei mais eleger prioridades e se eu puderesse faria o dia ter 72h pra poder capacitar a quantidade de coisas que gostaria ou precisaria fazer pra começar a organizar as coisas.

mas no fundo acho que sei que só vou poder começar a resolver tudo quando eu me formar. e por isso, não sei o que começar a fazer agora, sabe?

é tanta coisa que fica dificil porque ainda não tenho autonomia e não tenho tanta alternativa ainda.

queria que você ainda estivesse aqui pra me dar colo e me acalmar.

acho que me falta a paz que seu ser ansioso ainda assim conseguiar me passar.

eu te amo e sempre vou te amar, e pra sempre vou sentir sua falta.

você foi mais do que minha vida, você foi minha companheira de alma, e espero que se houver alguma coisa depois disso tudo, espero que eu possa me reunir a você.


te amo muito e pra sempre.

dos meus dias atuais, dos meus dias de mãe, de senilidade e de fim.

profunda e verdadeiramente.


não demoro mais em voltar.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

depois de tudo

depois de tudo, principalmente depois do trabalho, muita coisa tomou um rumo diferente.
tô fazendo as coisas como deveria, ou da melhor forma que posso. mas também posso melhorar.
depois do trabalho, do emprego comecei a terapia, depois tentei medicação, depois tive algum aconselhamento profissional e no final das contas consegui fazer algo melhor do que não pude fazer antes.
as coisas estão indo okay, apesar dos pesares, das limitações, ao menos o que burocraticamente é mais importante, está indo apesar da minha performance não atingir nem mesmo metade do que poderia ser.
evito projetar as coisas pois como já aconselhada, se torna uma sombra muito grande, uma sombra que toma forma e dimensão e que carrego pela perna com muita dificuldade. acho que o que mais lamento agora é a solidão, não o fato de nao conseguir mais me engajar romanticamente mas o fato de simplesmente estar nessa posição em que nada mais se difere. como me relaciono com as pessoas, não importa o que ainda é sem sabor algum. nada, ninguém me faz sentir qualquer coisa, e o que mais quero é poder ir pra casa.
não essa exatamente. mas pra casa.
meu lar não existente, o espaço em que haja algum tipo de pessoalidade e espaço para uma existência mais individual e única.
não porque quero trazer alguém para dormir junto, não porque quero ter a liberdade de fazer qualquer coisa que meus 15 anos projetaria, mas o simples peso de poder existir de forma simples. o mais simples possível.
me sinto nessa redoma que não só sufoca ou talvez não sufoque mais, mas em um espaço muito grande e pequeno ao mesmo tempo. me
ainda que a balança seja muito clara no que tange as equivalências, as vezes tudo que eu queria poder fazer é me deitar e pensar em mim, independente do que.
assumir meus erros e vivenciar meus acertos só. já não quero mais contar com ninguém e qualquer menção do gênero é um peso que estarei criando sozinha. já não quero mais.
acho que estou ficando velha e ou mais lúcida, ou mais estúpida, mas qualquer que seja a realidade, eu quero mesmo é mudar.

mutilam

de todas coisas que vem acontecendo, as que não acontecem são as que mais me machucam. as que já se foram já não mutilam mais, mas todo dia que não vivo a vida que queria, me vejo abandonada sobre a beira do abismo de uma vida que não conhecia. não assim.
das minhas riquezas, a sobrevivência é o que me resta, conto moedas pra comer, gasto todas elas por angústia.
há muito já não me pegava vivendo em cercas tão fechadas, mãos atadas e pernas livres para trabalhar. não pratico as mudanças que minha salvação me ofereceu, meu compromisso é a fuga, e por alguns momentos sinto como se nunca tivesse saído do mesmo lugar. minha cabeça lateja e o que mais posso fazer se não esperar que as pulsações parem?
minha vida não é só minha, e espero que o que não depende de mim surja com urgência, a minha urgência de viver uma vida maior.
quero quitar minhas dividas, não ter medo da fome e do dia de amanhã. da água que vou beber, do banho quente que quero tomar, e do pão que alimenta o corpo.
quantas coisas mais preciso aprender com tantas barreiras pelo caminho?
sou inconsequente e estou ciente, mas esperava que de alguma maneira, a vida pudesse relevar meus exageros e dentro dessa trilha, ainda houvessem afagos. tenho tanto medo e estou só, ainda que não. minhas angústias são só minhas e eu espero de verdade que as portas se escancarem e que eu tenha a chance de ser alguém diferente enquanto ainda jovem.
jovenzinha, imatura, que pode desbravar o mundo de uma maneira mais simplificada. eu acredito que as coisas podem ser melhores. e eu aguardo por esses dias, mas por hoje, o que eu mais quero poder fazer é me deitar e chorar as lágrimas que preciso derramar. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Eu não me conheço

Olá,

Eu tô com tanta saudade, mas é uma saudade amadurecida, uma saudade que mais do que doer, ela isola, ela te deixa perdida dentro da realidade em que não nos abraçamos, nem conversamos mais.
Tanta coisa aconteceu nesse meio tempo, e não sei até onde vale a pena falar um monte de coisas que você talvez já saiba como é, e como acontece
Eu te amo tanto, mas tanto, que hoje a certeza de que você existiu faz a vida valer mais a pena.
Tô num processo que desejei muito no trabalho, porque valoriza muita coisa, e ao mesmo tempo me trás uma enorme carga de responsabilidade e amadurecimento.
Eu deveria estar mais feliz, e na verdade eu estou muito grata, mas sinto como se eu sempre andasse dentro de um cubículo claustrofóbico de pouco crescimento pessoal onde eu vivo sempre dentro dos moldes de expectativas, e isso reduz o que sinto, o que penso e o que quero.
Poderia chamar isso de ingratidão, mas não tenho nenhum tipo de objeção que não esteja relacionada a essa barreira de coisas que existem e de quem eu sou.
Eu não sei quem eu sou, não sei do que eu gosto, o que eu quero, meus próprios planos, desejos, metas, não conheço minha força, não conheço minha garra, não sei nada, não me conheço nem um pouco.
Isso me enlouquece de formas absurdas, mas tudo na minha vida é tão passivo-agressivo que eu nunca sei o que está de fato acontecendo, nem suas motivações.
Minha vida é um questionamento eterno de motivações não muito claras, e é um absurdo eu estar tão inerte dentro dessa afirmação, porque ainda assim eu não tenho certeza de nada.
Minhas indecisões estão todas acercadas de medo de julgamentos e de torturas.
Tudo é motivo pra que eu me mate, e a maneira como morreria se tornou muito pequena dentro da mensuração de sucesso pra que eu não tenha que lidar com consequências póstumas a um fracasso.
Tudo na minha vida é medo, mentira e tristeza.
Eu nunca consigo estar plena sem mascaras, mentiras e da vida, da rotina e dos meus próprios sucessos.
As cartas chegam na minha casa, e eu só as recebo abertas, eu recebo meu dinheiro, e eu não tenho direito de planejar e errar com ele, eu voltei pra faculdade e preciso mentir o tempo todo pra cobrir uma conquista dessas, meus bolsos são revistados, e eu não tenho nada dentro da verdade deles que dê qualquer aval pra esse tipo de invasão, eu não tenho chaves, nem escolhas, nem privacidade.
Vivo pra ser algo que não conheço, vivo pra atingir metas que não reconheço.

Sou invalidada.
Sou pedaço de uma maquina de carne e osso, sangue e vísceras e fibras.
Sou um nada quebradiço, e tenho uma existência desmotivada, e que talvez hoje faça sentido eu não ter plenitude em nada.
Eu não me conheço. Eu não sei quem sou.

Sinto sua falta todos os dias, o tempo todo.

sábado, 18 de novembro de 2017

Anotações

Oi,

Não tenho grandes novas, mas é aquele tipo de constatação que preciso tentar não esquecer.

Eterna indiferença cronica conferida e depressão constante, sustento convicções de fracasso e irrelevância.
O passado não me carrega mas é uma sombra. O futuro nunca parece chegar.

Não sei quando algo muda.

Te amo.